03fev2023
Ricardo Giuliani
Sou feliz,
Tão feliz,
Que lhes peço perdão.
Venho de tempos floridos
Quando era fácil te querer.
Beber novo amor todos os dias
Sorver quentes as coisas frias,
Tudo fácil,
Até mesmo sentir.
Da cova rasa
Saltei multidão sem face.
Trêfego,
Alegre,
tão alegre
Neste país que não para de
sangrar.
Me apresento como alegria
Uma sombra clamando luar
Sim, alegre,
feliz é que vou.
Perdão aos esquecidos
Na cupidez das almas nuas,
Aos Invejosos da minha alegria
Me ajoelho em perdão e magia.
Sim, perdão por sorrir
Pela ausência do pão.
Por verdadeiramente mentir
A mentira que minto.
Por cantar a oração
De todas as coisas patéticas,
E por compreender as estéticas
Que mais não sei entender.
Perdão, do fundo do peito,
Perdão.